A turfa é um solo negro constituído por uma mistura de minerais e restos de matéria orgânica vegetal não decomposta ou parcialmente decomposta. A quantidade de matéria orgânica é normalmente superior à existente na maioria dos solos.


As turfeiras resultam da acumulação de turfa em depressões onde a circulação lenta da água cria condições desfavoráveis à decomposição dos restos vegetais. Nas turfeiras encontram-se plantas específicas, com destaque para certas espécies de musgos, juncos e arbustos.

O que sabemos sobre a turfeira da Chã Grande?

O estudo de pólenes  em amostras de turfa permite reconhecer variações climáticas durante os últimos 8000 anos. A amostra mais profunda sugere um clima mais frio do que o atual.  Algumas plantas identificadas permitem verificar a existência de alterações na vegetação, introduzidas pelo homem desde a Idade do Bronze.

 Amostra de turfa da Chã Grande

Estudos com georadar permitiram conhecer a profundidade da turfeira. A espessura média de turfa é de 1 metro mas, em alguns locais, pode atingir os 2 metros.

A acumulação nas turfeiras de sedimentos, vegetação, pólenes, esporos e mesmo animais e vestígios da atividade humana, constitui um registo da evolução dos ecossistemas. Assim, as turfeiras fornecem preciosas informações acerca das mudanças ambientais ocorridas principalmente nos últimos 10 000 anos.

Em alguns países, a turfa é utilizada como combustível para aquecimento doméstico.

O topo da Serra de Arga é um planalto a 800 metros de altitude, distando somente 13 km da costa. Este planalto está relacionado com a Meseta Ibérica, uma superfície aplanada resultante da erosão de antigas montanhas iniciada há 280 milhões de anos. Há 80 milhões de anos, esta superfície estava ao nível do mar. Desde então, tem vindo a ser elevada por ação tectónica. Atualmente, esta superfície é ainda visível na parte central da Península Ibérica e em outros pontos isolados, como aqui, no planalto da Serra de Arga.

Sempre a subir: 800 metros em 80 milhões de anos!

Consegue calcular a velocidade média da subida da Serra de Arga? 

Note que  há cerca de 80 milhões de anos o topo da Serra de Arga estava ao nível do mar;  hoje encontra-se a 800 metros de altitude. 

No topo da Serra de Arga, um dos aspetos mais marcantes do relevo são as lajes de granito separadas por fraturas horizontais. Ao longo do tempo, estas lajes foram ficando destacadas devido aos sucessivos ciclos de congelamento e descongelamento da água nas fraturas das rochas.

No topo da Serra de Arga destacam-se diversas formas de relevo granítico. Estas formas resultam da ação contínua dos agentes erosivos, principalmente água e vento, sobre o granito. A água, ao reagir com os minerais, provoca a desagregação do granito, em especial perto das fraturas. As áreas menos fraturadas ficam salientes na paisagem, dando origem a formas de relevo peculiares como os blocos de granito que aqui ocorrem.

Evolução de formas de relevo granítico devido a erosão